Pesquisar este blog

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Marina Silva e a Negação de Maquiavel

                O velho Maquiavel, pai da ciência politica, escrevera no seu celebre opúsculo “O Príncipe”, talvez preparando o leitor para um conteúdo de ideias politicas que não indagavam sobre o melhor regime ou sobre o melhor governo e por isso representava, como representa, uma ciência do poder apartada de princípios morais: “Se os homens fossem bons, esse livro não seria necessário”. O sucesso do livro pode ajudar numa inquirição sobre a bondade humana. 
                Recordo-me da frase, dita várias vezes pela Candidata do PSB às eleições presidências, vendo a Candidata do Governo Dilma Rousseff e seu partido disparando acusações, levantando suposições levianas e construindo uma ideia de medo em torno de sua possível vitória, e vendo ainda, sua expectativa de votos desidratar: “Quero vencer vencendo”! O resultado deu razão ao velho italiano, perdeu!
                O teórico do PT é Maquiavel. Desde que conquistou seu principado na maior extensão de terras do território da América do Sul orienta sua ação politica para mantê-lo, a qualquer custo, na não tão boa,mas velha formula que até o Italiano teve pudores em escrever abertamente, a de que os fins justificam os meios.  Tal é a contradição de ferro da politica à brasileira, para vencer é preciso se sujar, se desnaturar, tornar-se seu oposto ou não, viver e praticar o fisiologismo, o patrimonialismo, o coronelismo, o trafico de influencia. Quem não for pragmático, não ganha! E quem o for também não ganha, quem ganha é um mutante desforme que em publico, em campanha, disfarça e dissimula sua verdadeira imagem. Mas nos gabinetes, nas reuniões, nas decisões e nos negócios deixa-se mostrar na sua verdadeira natureza.
                Tal é a situação que nos legou as eleições de 2014 em que Marina, nesse momento especifico, mesmo estando errada está certa. Não precisamos de mais políticos que, para não perder ou para vencer são obrigados a considerar, por força da realidade, que o velho italiano está certo e que seu livro é necessário, não precisamos de vencedores dessa forma e dessa estirpe.

Precisamos de políticos que estejam dispostos a vencer vencendo! O momento é para a negação de Maquiavel.


Silvio Kanner
Engenheiro Agrônomo Presidente da AEBA
silviokanner@gmail.com

terça-feira, 24 de julho de 2012

Você decide:

Quanto mais a crise fica escancarada, quanto mais fica claro o papel da social-democracia e da nova direita na luta de classes, mais os pelegos, que compõe seu braço sindical, partem para a defesa aberta e sem subterfúgios à burguesia e o seu estado.
Leiam abaixo e constatem.


NOTA DO COMANDO DE GREVE DOS PROFESSORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Não em nosso nome!!!
O Comando de Greve dos Professores da Universidade da Bahia torna público que não autoriza ao PROIFES Federação negociar em nome dos Professores da UFBA. Destacamos que a assembleia dos Professores da UFBA determinou que os delegados retirados em assembleia participassem do único Comando Nacional de Greve instalado. Cumprindo decisões de assembleia, o Comando de Greve encaminhou delegados ao Comando Nacional de Greve que estão discutindo em conjunto com todas as IFE os encaminhamentos necessários à defesa dos interesses dos professores. A atitude do PROIFES tem sido nociva à luta dos professores, na medida em que decide em gabinete, à revelia da categoria, contrapondo-se aos processos democráticos conduzidos pelo Comando Nacional de Greve.
Em 23/07/2012
Comando de Greve dos Professores da UFBA.
 

O último que sair apaga a luz! Parte 2.


A recente carta do MTST deruptura com a CSP-CONLUTAS expôs a luz a prática comum nos partidos de esquerda, principalmente os de orientação Trotskista, que é o de conseguir deslocar quadros das fileiras de outras organizações, freqüentemente até Trotskistas. É o caso da ruptura de Miguel Malheiros que foi da CST para o PSTU, Tostão, Junia e que hoje formam o CSOL no PSOL, etc.; são inúmeros os exemplos.
Mas para tudo se tem conseqüências, algumas podem ir da mais simples desmoralização moral e militante por parte do “derrotado” (tal militante nunca foi quadro, sempre foi oportunista, não presta por isso ou por aquilo, ou aquilo outro), até problemas de relação locais ou nacionais. É o caso da relação da CST com o PSTU em São José dos Campos, como foi à relação do MÊS com a CST por muitos anos em Porto Alegre. E esse nível de tensionamento existente entre as correntes de esquerda e plano prático entre autoconstrução partidária impossibilita uma relação que seja capaz de avançar em um instrumento de organização sindical capaz de unificar os setores a esquerda do governo do PT.
É consenso que para enfrentar os ataques do PT a frente do governo rearticular a esquerda e unificá-la em um Organismo de Frente Única, amplo e democrático, é uma tarefa importante a ser feita. No entanto, a conjuntura dispersão do movimento sindical impõe como tarefa imediata organizar pela base e ganhar para a luta os sindicatos que permanecem no controle do PT e da Força Sindical.
Assim há uma contradição escancarada, contudo mediada pela própria conjuntura política. Se de um lado o mais importante é unificar os setores a esquerda do governo do PT, politicamente cada setor busca se construir e fortalecer separadamente. O PSTU reforça o afastamento dos setores em torno da CSP-CONLUTAS, seja pela política esquerdista no CONCLAT, seja pela prática de disputa de quadros das outras organizações. Mas esse comportamento não é exclusivo do PSTU, temos também, por exemplo, a Unidos Pra Lutar, que mantém uma política semelhante, em que é preferível continuar pequeno de que participar de um espaço que não se dirige.
A crise do fim do regime militar, a formação do PT e da CUT surgiu em uma crise do regime, a reorganização sindical e política aberta a partir da reforma da previdência de 2003 com Lula abriu uma crise no PT e não no regime; O fortalecimento do regime democrático (burguês) com a consolidação constitucional abre margem para a existência de diversos instrumentos e jogam a possibilidade de uma Frente Única para escanteio.
O fracasso do CONCLAT e a saída do MTST só demonstram que a CSP-CONLUTAS e o PSTU são incapazes de construir a unidade necessária e avançar na reorganização da classe trabalhadora e de seus instrumentos, e essa incapacidade tende a piorar, em uma conjuntura em que o fortalecimento eleitoral do PSTU ganha o centro da atividade partidária, o PSTU precisa transformar a autoridade via CSP-CONLUTAS em uma autoridade eleitoral, e fazer isso em unidade com o PSOL parece mais dificultoso, mesmo com a aplicação formulada de “unidade-diferenciação”.
A saída do MTST é só mais um passo de uma conseqüência inevitável. Na CSP-CONLUTAS ficará política e sindicalmente no controle do PSTU, mas esse controle será da entidade, e não da classe. Os trabalhadores continuaram dispersos, até que se queira fazer uma política sindical séria e acima de tudo honesta. 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

ANDES – SN Rejeita proposta do Governo e orienta manter e radicalizar a GREVE!


A GREVE dos Docentes das Instituições Federais de Ensino Superior está hoje no seu 68º dia. Na semana passada, juntamente com outras categorias do Serviço Público Federal, os professores participaram de uma manifestação em Brasília, típica das greves do serviço público federal, porém de eficácia duvidosa considerando o tamanho do Plano Piloto esse tipo de ação somente deve ser encarada quando se tratar de grande unificação nacional comandada pelas Centrais.

            Digna de mérito do ANDES - SN é a postura séria e inteligente de recusa da proposta que o governo fez aos professores na semana passada. Como não poderia deixar de ser diferente o “Manual PTista de como derrotar as GREVES” orienta em alguma parte que a primeira proposta deve demorar muito a ser feita, mas quando o for deve sempre ter como eixo a divisão da categoria, não foi diferente com os professores  das IFES. Essa regra vem depois da regra de afirmar que não se negocia com grevistas, mas essa é velha e pouco sutil, grosseira pra dizer a verdade, está mais para o Tucanato, embora o sempre Ministro de Alguma Coisa Aluisio Mercadante tenha esquecido essa lição.   

            Em primeiro lugar a proposta visa dividir o próprio serviço público em GREVE, retirando os docentes Doutores e Mestres do movimento. Deixando de lado as demais categorias, é a Regra número 2 do “Manual Ptista de como Derrotar uma GREVE”. Quando várias categorias de um mesmo setor estão em GREVE fatiamos a negociação e o fechamento do acordo do mais forte para o mais fraco.  

Na verdade, também, o Governo não tem como explicar que o motorista do Senado ganha 18 mil e o Doutor da UFRJ ganha R$ 6 mil. Em regra, e a meu ver a carreira de Professor/Pesquisador/Doutor das IFES está no nível dos magistrados de 1º Instancia e dos Auditores da Receita Federal, o único problema é que a Educação não tem essa importância para os governos. Talvez, sem demérito de ninguém, nenhuma carreira seja tão importante num país primário-exportador e com sérias deficiências no campo cientifico e tecnológico. Sem falar que Juizes e Auditores da Receita aprendem a sê-lo primeiramente nos bancos das universidades públicas.

Para, além disso, a proposta visa dividir os próprios professores, criando privilégios e mantendo as principais distorções da carreira atual e não toca em nada no ponto fundamental, justamente o percentual de reajuste salarial.

Esperamos que professores tenham a paciência necessária para entender que essa GREVE será longa e que eles precisam fechar definitivamente os portões das universidades, todos os dias, ininterruptamente, até o fim do movimento. Mandar fazer tendas e faixas, cadeiras, telão, cartazes e através do bom e velho piquete de GREVE fazer valer sua dignidade e suas reivindicações tão aviltadas que estão pelo Governo Anti-Educação do PT.

Leia abaixo as orientações do Comando Nacional de GREVE dos Professores das Universidades, extraído de www.adufpa.org.br

 ENCAMINHAMENTOS


1. Reprovar a proposta apresentada pelo governo, com definição de estratégias para dar continuidade ao processo de negociação;

2. Reafirmar a proposta de carreira, aprovada pelo ANDES-SN, como referencial para a negociação;

3. Manter a greve;

4. Intensificar a mobilização na base;

5. Radicalizar as ações da greve, ampliando a paralisação das atividades e desmascarando a proposta do governo;

6. Aprofundar a análise crítica sobre a proposta apresentada pelo governo;
7. Indicar iniciativas políticas para o movimento assumir, via CNG/ANDES-SN, na próxima mesa de negociação.

Sobre o texto Machista e Racista de Edir Macedo. É preciso de limites para os imbecis.


Recentemente, tive a infelicidade de ver que o Bispo Macedo escreveu um livro sobre “O perfil do homem de Deus”, de cara o livro não falava nada sobre como enganar fiéis e comprar uma casa nos EUA, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação dequadrilha ou estelionato, ou seja, não fala de nenhum dos crimes que o “bispo” é acusado pela Polícia Federal Brasileira e Norte-Americana. Mas esse texto não é para falar das fraudes cometidas pela Igreja Universal (e todas as outras que seguem o mesmo gênero), mas para falar de Machismo e Racismo, e como essas religiões são a principal forma de ataque a uma sociedade democrática.
Igreja Universal contra as mulheres! O Machismo em “nome de Deus”.
O texto de Edir Macedo começa falando sobre os problemas dos casamentos entre homens mais novos e mulheres mais velhas e a justificativa é clara: “temos visto que quando a mulher tem idade superior à do seu marido, ela, que por natureza já tem o instinto de ser 'mandona", acaba por se colocar no lugar da mãe do marido.(...)”. Ou seja, o problema é que a mulher manda no homem, e consequentemente, isso dá problemas no casamento porque obrigatoriamente o homem deve mandar.
Tal imbecilidade é repugnante, orienta seus fiéis a oprimirem suas esposas, e a buscarem mulheres que se submetam a essa opressão e justificam na idade, quer dizer que, quanto mais madura a mulher, mais difícil de oprimir, e por isso não são boas esposas.
Mas se você leitor acha que leu toda a asneira possível, pasme-se Edir Macedo demonstra mais uma “pérola”, afirma ele: “E o pior não é isto. A mulher normalmente envelhece mais cedo que o homem, e quando ela chega à meia-idade, o marido, por sua vez, está maduro mas não tão envelhecido quanto ela. E a experiência tem mostrado que é muito mais difícil, mas não impossível, manter a fidelidade conjugal.
Edir Macedo quer dizer que o problema da fidelidade conjugal na sociedade é de responsabilidade da mulher, que ao envelhecer mais rápido (sic) que o homem faz com que ele perca o interesse, e tenha relacionamentos extraconjugais. A idiotice de Macedo chega a ser surpreendente. A questão da fidelidade conjugal é um contrato social entre as partes, que podem convencioná-lo da forma como quiserem, e homens e mulheres têm desejos e interesses iguais. Ou mulheres mais maduras não sentem interesses em rapazes mais jovens? Ora, mulheres e homens têm desejos sexuais dos mais diversos, e acordos sobre a “fidelidade” variados e todos devem ser respeitados igualmente.
Para Edir Macedo a cultura machista e paternalista de que o homem pode ter várias mulheres, mas a mulher deve ser fiel, a culpa é da mulher que envelhece mais rápido! É preciso que haja limites para ser imbecil, este cidadão superou todos que eu conheço.
Edir Macedo: Racista, sim!
O texto “Homem de Deusquanto à idade e à raça é um recheado de preconceito e prega diretamente um apartheid eclesiástico-social. Afirma Macedo: “Não haveria nenhum problema para o homem de Deus se casar com uma mulher de raça diferente da dele, não fossem os problemas da discriminação que seus filhos poderão enfrentar nas sociedades racistas deste mundo louco.”. O raciocínio de Macedo é o limite da imbecilidade racista. Segundo ele, o problema é que o um homem não pode se casar com uma mulher de outra “raça” (sic) porque o filho vai sofrer preconceito, ou seja, para eliminar o preconceito, vamos segregar as pessoas pela cor da pele e pronto. É a mesma coisa que uma pessoa ter a cabeça cortada na tentativa de se salvar o olho com miopia.
O debate de Macedo já começa todo errado, pois trata de uma questão de “raça”, conceito completamente rejeitado pela comunidade cientifica, biólogos, sociólogos, antropólogos etc, já que a raça, aplicando o conceito cientificamente correto seria Homo Sapiens, abrangendo toda a humanidade, o conceito a ser empregado seria o de etnia. Continua Macedo “Procuramos, portanto, trazer à baila esta situação a fim de evitarmos transtornos no futuro do homem de Deus e na obra que está reservada para ele”. Quer dizer que o racismo porventura sofrido é um “transtorno” e não um crime.
Essa compreensão nos retorna ao debate religioso feito pela Igreja Católica durante o século XVI para escravizar os negros africanos, de que os negros não tinham alma, e por isso deveriam ser escravos dos senhores brancos, e sua religião, era um culto ao demônio e deveria ser proibida. Cinco séculos depois ainda vemos profundas marcas desse preconceito e a Igreja Universal, com seu principal líder, Edir Macedo entra no bolo para contribuir com a formação de um novo apartheid. 

domingo, 22 de julho de 2012



Falando numa Revolução

Você não sabe?
Estão falando numa revolução.
Isso soa como uma confidência
Você não sabe?
Estão falando numa revolução
Isso soa como uma confidência

Enquanto eles estão parados nas filas da assistência social
Chorando nos degraus das portas daqueles exércitos da salvação
Desperdiçando tempo nas filas de desempregados
Sentando ao redor da espera de uma promoção

Você não sabe?
Estão falando numa revolução.
Isso soa como uma confidência

As pessoas pobres vão se insurgir
E apanhar sua parte
As pessoas pobres vão se insurgir
E pegar o que é delas

Você não sabe?
Melhor você correr, correr, correr...
Oh, eu te disse é melhor correr, correr, correr, correr...

Porque finalmente as mesas estão começando a virar
Estão falando numa revolução
Sim, finalmente as mesas estão começando a virar
Estão falando numa revolução, oh não
Estão falando numa revolução, oh não

Enquanto eles estão parados nas filas da assistência social
Chorando nos degraus das portas daqueles exércitos da salvação
Desperdiçando tempo nas filas de desempregados
Sentando ao redor da espera de uma promoção

Você não sabe?
Estão falando numa revolução.
Isso soa como uma confidência

E finalmente as mesas estão começando a virar
Estão falando numa revolução
Sim, finalmente as mesas estão começando a virar
Estão falando numa revolução, oh não
Estão falando numa revolução, oh não
Estão falando numa revolução, oh não

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Eletricitários seguem em GREVE por tudo o país – ELETRONORTE está parada em Belém no Guamá e Miramar.


Estive hoje prestando solidariedade à GREVE nacional dos Eletricitários, aqui em Belém estão paradas as trabalhadoras e os trabalhadores da ELETRONORTE no centro operacional do Guamá na Perimetral e no Núcleo Tecnológico de Miramar na Artur Bernardes. Como já dissemos em postagem anterior a categoria reivindica reajuste de 10,73% na remuneração, além de mudanças no Plano de Cargos e Salários, extensão de Plano de Saúde para os aposentados, entre outras reivindicações.

            Segundo Boletim da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) há greve em 13 unidades da ELETROBRAS, entre elas FURNAS, ELETROSUL e CHESF. Faz 20 anos que os trabalhadores da Eletrobrás não param por tempo indeterminado.

As contradições da GREVE!

            Não temos dúvidas da sobriedade, legalidade e necessidade da Greve, que ocorre justamente no segundo ano do Governo Dilma, a Dama de Ferro. Ao que parece, nos anos anteriores a equipe do governo tinha mais habilidade para lidar com os trabalhadores Eletricitários e mesmo através de acrobacias negociais nem sempre benéficas aos trabalhadores conseguiam encerrar as negociações na fase das paralisações de alerta. Ao que tudo indica o Governo perdeu o apoio nos setores da alta gestão da empresa, ao retirar benesses dos altos cargos, embora não se possa negar que a ELETRONORTE continua como as demais estatais um cabide de indicações políticas, vide ser Diretor da empresa um dos irmãos de Antonio Palocci, ex-ministro chefe da casa civil da Dama de Ferro. A Diretoria é loteada entre o PT e o PMDB.

            Com uma posição claramente governista na política mais geral, a direção da FNU, como também do Sindicato dos Urbanitários do Pará, formada por integrantes de longas datas do PT tenta equilibrar-se entre a obrigação de garantir a luta pelos direitos dos trabalhadores e de garantir fidelidade política ao partido de Lula.

            Encontrou a solução na formulação segundo a qual o governo Dilma teria adotado uma estratégia diferente em relação ao governo Lula (o Grande Chefe dos Sindicalistas Ptistas) em relação à crise econômica internacional. Para a Direção da FNU enquanto Lula atual para aumentar a renda como formula de superação da crise o governo Dilma “aposta suas fichas no receituário Neoliberal”. Por isso na visão da FNU o governo deve reavaliar a conjuntura.

            Não é de hoje que os Urbanitários tem que lidar com as contradições de seu partido, durante a tentativa de privatização da COSANPA por Duciomar foram obrigados a denunciar o pacto Duciomar x Ana Julia, e o fizeram muito bem. Optaram corretamente por sua base.

            Apostamos na força da GREVE para ajudar inclusive a direção dos Urbanitários a concluir que as diferenças entre Lula e Dilma são irrelevantes e que é possível a partir da força da GREVE encerrar a fase de perda de direitos aberta na década de 90 e iniciar uma fase de reconquista. Que as contradições entre a atuação sindical do PT e o próprio PT no governo chegou a um nível quase insustentável. Inclusive ético, o PT como partido não é mais lugar para os legítimos dirigentes dos trabalhadores.

Parabéns aos Eletricitários por mais um dia de GREVE! Construam sua história!

Vamos seguir acompanhando!

terça-feira, 17 de julho de 2012

Recebi por e-mail e recomendo.
Um belo texto de uma bela biografia. O link inicial é uma pequena biografia de Telmo Varela. Logo abaixo segue, em galego-português, um excelente texto sobre como o povo da Galícia, dominada pela Espanha, sobrevive a crise. Recomendo que leiam até o fim. Não se preocupem com a língua, a diferença é pequena por demais.

Telmo Varela
 
 
Quem vive por cima das suas possibilidades?
Telmo Varela - Publicado em Segunda, 16 Julho 2012 16:23
 
Desde que chegou a crise nom há um só dia que os políticos do sistema e tertulianos bem pagos, dos diferentes meios de comunicaçom, nom nos macem umha e outra vez que a crise é conseqüência de que um número alarmante da populaçom vivemos por cima das nossas possibilidades.

De tanto o repetirem, chega a calar na consciência das massas e chegamos a acreditá-lo, e como papagaios repetimos o que insistentemente nos inculcam desde as altas esferas do poder, sem sermos conscientes do que repetimos nem das suas conseqüências.
Quem vivem por cima das suas possibilidades? Os centenares de milhares de trabalhadoras e trabalhadores que trabalham 10 e 12 horas diárias para chegar com muitas dificuldades a fim de mês. @s mais de 260 mil desempregados e desempregadas, dos quais a maioria só cobram 420€ ou já nom recebem prestaçom algumha. @s milhares de jovens que com 25 ou 30 anos ainda nom se estreárom no mundo laboral e os que sim o conseguírom nom podem deixar o lar dos seus progenitores porque tenhem empregos esporádicos, com salários de miséria, e nom lhes permite umha estabilidade económica para se emancipar. Os reformados e reformadas, deposi de cotizar durante toda a sua vida, agora tenhem que compartilhar as suas emnguadas pensons, com as que malvivem, com o resto da família. @ estudantado que o finalizar os seus estudos tem que trabalhar do que for, por uns salários de práticas ou emigrar longe da sua terra e dos seus.
Certamente, todos estes milhons de pessoas nom vivem, nem sonham viver por cima das suas possibilidades. Quem sim vivem por cima das suas possibilidades -sempre vivêrom- é um pequeno punhado de parasitas –banqueiros, grandes empresários, políticos corrutos, etc. Para eles nom há crise. É mais, quanto mais pobres somos o conjunto da populaçom mais milionários som eles. É umha lei do próprio sistema capitalista, os parasitas engordam a conta do sangue que chupam, neste caso os capitalistas enriquecem a custa dumha maior exploraçom dos trabalhadores e trabalhadoras e quanto maior for mais engordam.
É certo, uns poucos vivêrom e vivem por cima das suas possibilidades, enquanto umha imensa maioria estamos indignados e fartas de que outros vivam a conta nossa. Ademais alardeiam das suas enormes fortunas amassadas do suor, sangue e lágrimas da classe obreira, como é o caso de Amáncio Ortega, Olhamos a banqueiros, empresários, políticos, generais, juízes… vivendo em mansons de muitos milhons, com vários carros e iates de luxo, de festa em festa e orgias de alto standing, enquanto as ruas se enchem de mendigos e de gente sem teito.
Cada dia recorremos mais aos nossos reformados, com as pensions mais baixas da Europa, para poder comer. Se isto é viver por cima das nossas possibilidades, vaia merda de vida. Entom nom quero viver por cima das minhas possibilidades, conformo-me com viver dignamente. Ter um emprego assegurado com um salário digno; um teito no que viver com a família e viver com a tranquilidade de saber que si adoeço tenho sanidade. Só pido isso!
Com a crise há que desviar a atençom fazendo-nos acreditar que vivemos muito bem –embora passemos fame- para que nom reivindiquemos e luitemos polos nossos direitos e perdamos os atingidos até agora. Esta é umha crise sistémica, inerente o sistema capitalista e para acabar com ela é necessário e inevitável acabar com o próprio sistema capitalista. O sistema capitalista tocou fundo, processo que na sua lógica, é dizer, o que implica o capitalismo parasita, acha cada vez maior dificuldade para produzir valor e, por tanto, riqueza social. Polo que um empresário, como um todo, tem que resarcir as suas perdas recorrrendo à superexploraçom do trabalho ali onde existem as condiçons económicas, políticas e jurídico-institucionais; é dizer, já nom só na periferia do sistema senom mesmo, nos países do capitalismo desenvolvido.
Daí que os governos promulguem reformas laborai umha após outra, com o objetivo de adequar o espaço jurídico para dar cobertura legal a umha maior superexploraçom. O proletariado, porém, nom devemos ficar com os braços cruzados perante os criminosos planos capitalistas. Devemos manter umha posiçom clara e bem definida perante as diferentes luitas, greves e manifestaçons revolucionárias.
O Partido do proletariado tem encomendada a misom de educar politicamente as massas e organizar o conjunto do MLNG para que sejam as próprias massas as que, dirigidas polo Partido, ajudem hoje e se incorporem amanhá em número cada vez maior às luitas reolucionárias que derrocarám o imperialismo espanhol. Sem esta labor nossa, as luitas revolucionárias das massas nom teriam, à longa, nengumha saída; seriam aniquiladas polas forças da reaçom.
Que esse labor nosso pode criar numerosas dificuldades, detençons e umha certa desorganizaçom, ninguém o nega!
Devemos de ser plenamente conscientes de que, se temos a suficiente coragem e nos mantemos no nosso posto, no lugar de vanguarda que nos corresponde, à larga, essas dificuldades e a repressom dirigida contra nós só pode favorecer-nos.
Há que ter em conta, tal como afirmou Lenine, que “toda nova forma de luita leva aparelhados novos perigos e sacrifícios, desorganiza inevitavelmente às organizaçons nom preparadas para ela… Toda açom guerrilheira, seja a que for, provoca umha certa desorganizaçom nas fileiras combatentes. Mas nom há que extrair de aqui a conclusom de que nom se deve combater. O que de aqui se deve deduzir é que há que apreender a combater. Isto, e só isso”1.

Telmo Varela
Prisom de Topas, Salamanca, 23 de junho de 2012

1 V. I. Lenine. “A guerra de guerrilhas”.

 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O último que sair apaga a luz!

Transcrevo abaixo a Carta da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) a qual informa resumidamente as razões de sua ruptura com a CSP - Conlutas. A saída do MSTS não terá reflexos diretos no estado do Pará, onde o movimento não conta com representação, mas indiretamente por que reduz o espctro político de atuação na Conlutas, fragilizando o conjunto da central, além de jogar água no moinho das críticas à condução autoritária e desleal do PSTU à frente da Central, que são utilizadas como justificativa dos setores que se retiraram do CONCLAT de unificação em 2010. O MTST foi uma das organizações que apostou na CONLUTAS naquela ocasião em que Intersindical e Unidos Pra Lutar, entre outras se retiraram!

Fato grave a incidencia do PSTU sobre os quadros do MTST considerando a saúde nas relações políticas na CSP - Conlutas. Em tese todas as organizações tem o direito de "assediar" ou "incidir" sobre os quadros das outras só não se pode esperar que com isso as relações políticas se mantenham saudáveis entre as organizações que "disputam" os lutadores e quadros oragizados.  
O PSTU fez sua escolha e está colhendo os resultados! Como estão sempre certos devem divulgar uma nota com 300 kg de teoria para justificar do ponto de vista revolucionário marxista sua atitudes! de querer avançar na diretção da CONLUTAS dos atuais 95% para 98% e quem sabe com 100%!
  
Enquanto isso o conjunto do setor honesto e lutador dos movimentos sociais segue desarticulado! nossas solidariedades aos Companheiros do MTST, cabe destacar aliás o carater altivo e superior de sua nota, mesmo sem nehuma citação de Lenin!

Á "nova" Direção da CSP - Conlutas desejamos sabedoria para evitar o clima de debandada! caso contrário quem sair por último apaga a luz! 

CARTA DE SAÍDA DA CSP CONLUTAS

O MTST esteve na CSP Conlutas desde sua fundação, no Conclat de 2010. Diante da divisão que se estabeleceu naquele Congresso, optamos por compor a Central que dele surgiu, por acreditarmos na proposta de unificar organizações combativas da classe trabalhadora – no movimento popular e sindical.

Durante estes 2 anos, buscamos construir e participar dos espaços da Central. Estivemos em suas principais lutas, nas reuniões e debates, com o intuito de fortalecer na prática a tão falada unidade. Por esta mesma razão, estivemos entre os maiores defensores da recomposição com as organizações que estiveram no Conclat e tomaram outros caminhos.

No último período, tivemos diferenças de posições em relação especialmente aos companheiros do PSTU (maioria na Central) sobre a necessidade de medidas mais claras e ativas de integração do movimento popular aos espaços e pautas da Central. Debate legítimo, de posições diversas, em que algumas vezes chegamos a acordos e outras não.

No entanto, nas últimas semanas, ocorreram atitudes que saíram do âmbito do debate legítimo e da lealdade política. Companheiros do PSTU atuaram de forma divisionista em bases do MTST de vários estados, afetando, inclusive, coordenadores do Movimento. Organizaram reuniões no Amazonas e em Minas Gerais, com o intuito de convencer militantes a saírem do MTST e ingressarem no movimento que este partido busca impulsionar atualmente. No caso do Amazonas, embora apenas nele, obtiveram sucesso e desarticularam o coletivo do MTST por lá. Vale registrar que não se tratou de uma iniciativa isolada. Um dirigente nacional do PSTU, o companheiro Zé Maria de Almeida, chegou a telefonar para um dirigente do MTST em Minas, estimulando sua saída do Movimento.

Por estas razões, como não estamos dispostos a gastar nossas já poucas energias em disputas mesquinhas e desleais, o MTST está se retirando, neste momento, da CSP Conlutas. Nossa presença na Central só fez sentido enquanto significou para nós um espaço de construção da unidade. Na medida em que se torna um espaço de divisão e disputa, infelizmente deixa de cumprir os seus propósitos.

Queremos registrar que não sairemos destilando veneno ou acusações em notas, debates, etc. Este tipo de método não produz nada de positivo na luta dos trabalhadores. Apesar desses fatos lamentáveis, continuamos respeitando e valorizando a atuação conjunta com os companheiros da CSP Conlutas e do PSTU. Nossos objetivos socialistas são os mesmos. Apenas não podemos tolerar práticas de desagregação de um trabalho político, construído a muito custo e em condições bastante adversas.

Rio de Janeiro, 14 de julho de 2012.

Coordenação Nacional do MTST