Pesquisar este blog

terça-feira, 24 de julho de 2012

O último que sair apaga a luz! Parte 2.


A recente carta do MTST deruptura com a CSP-CONLUTAS expôs a luz a prática comum nos partidos de esquerda, principalmente os de orientação Trotskista, que é o de conseguir deslocar quadros das fileiras de outras organizações, freqüentemente até Trotskistas. É o caso da ruptura de Miguel Malheiros que foi da CST para o PSTU, Tostão, Junia e que hoje formam o CSOL no PSOL, etc.; são inúmeros os exemplos.
Mas para tudo se tem conseqüências, algumas podem ir da mais simples desmoralização moral e militante por parte do “derrotado” (tal militante nunca foi quadro, sempre foi oportunista, não presta por isso ou por aquilo, ou aquilo outro), até problemas de relação locais ou nacionais. É o caso da relação da CST com o PSTU em São José dos Campos, como foi à relação do MÊS com a CST por muitos anos em Porto Alegre. E esse nível de tensionamento existente entre as correntes de esquerda e plano prático entre autoconstrução partidária impossibilita uma relação que seja capaz de avançar em um instrumento de organização sindical capaz de unificar os setores a esquerda do governo do PT.
É consenso que para enfrentar os ataques do PT a frente do governo rearticular a esquerda e unificá-la em um Organismo de Frente Única, amplo e democrático, é uma tarefa importante a ser feita. No entanto, a conjuntura dispersão do movimento sindical impõe como tarefa imediata organizar pela base e ganhar para a luta os sindicatos que permanecem no controle do PT e da Força Sindical.
Assim há uma contradição escancarada, contudo mediada pela própria conjuntura política. Se de um lado o mais importante é unificar os setores a esquerda do governo do PT, politicamente cada setor busca se construir e fortalecer separadamente. O PSTU reforça o afastamento dos setores em torno da CSP-CONLUTAS, seja pela política esquerdista no CONCLAT, seja pela prática de disputa de quadros das outras organizações. Mas esse comportamento não é exclusivo do PSTU, temos também, por exemplo, a Unidos Pra Lutar, que mantém uma política semelhante, em que é preferível continuar pequeno de que participar de um espaço que não se dirige.
A crise do fim do regime militar, a formação do PT e da CUT surgiu em uma crise do regime, a reorganização sindical e política aberta a partir da reforma da previdência de 2003 com Lula abriu uma crise no PT e não no regime; O fortalecimento do regime democrático (burguês) com a consolidação constitucional abre margem para a existência de diversos instrumentos e jogam a possibilidade de uma Frente Única para escanteio.
O fracasso do CONCLAT e a saída do MTST só demonstram que a CSP-CONLUTAS e o PSTU são incapazes de construir a unidade necessária e avançar na reorganização da classe trabalhadora e de seus instrumentos, e essa incapacidade tende a piorar, em uma conjuntura em que o fortalecimento eleitoral do PSTU ganha o centro da atividade partidária, o PSTU precisa transformar a autoridade via CSP-CONLUTAS em uma autoridade eleitoral, e fazer isso em unidade com o PSOL parece mais dificultoso, mesmo com a aplicação formulada de “unidade-diferenciação”.
A saída do MTST é só mais um passo de uma conseqüência inevitável. Na CSP-CONLUTAS ficará política e sindicalmente no controle do PSTU, mas esse controle será da entidade, e não da classe. Os trabalhadores continuaram dispersos, até que se queira fazer uma política sindical séria e acima de tudo honesta. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário