Estive hoje prestando
solidariedade à GREVE nacional dos Eletricitários, aqui em Belém estão paradas
as trabalhadoras e os trabalhadores da ELETRONORTE no centro operacional do
Guamá na Perimetral e no Núcleo Tecnológico de Miramar na Artur Bernardes. Como
já dissemos em postagem anterior a categoria reivindica reajuste de 10,73% na
remuneração, além de mudanças no Plano de Cargos e Salários, extensão de Plano
de Saúde para os aposentados, entre outras reivindicações.
Segundo
Boletim da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) há greve em 13 unidades da
ELETROBRAS, entre elas FURNAS, ELETROSUL e CHESF. Faz 20 anos que os
trabalhadores da Eletrobrás não param por tempo indeterminado.
As contradições da GREVE!
Não
temos dúvidas da sobriedade, legalidade e necessidade da Greve, que ocorre
justamente no segundo ano do Governo Dilma, a Dama de Ferro. Ao que parece, nos
anos anteriores a equipe do governo tinha mais habilidade para lidar com os
trabalhadores Eletricitários e mesmo através de acrobacias negociais nem sempre
benéficas aos trabalhadores conseguiam encerrar as negociações na fase das
paralisações de alerta. Ao que tudo indica o Governo perdeu o apoio nos setores
da alta gestão da empresa, ao retirar benesses dos altos cargos, embora não se
possa negar que a ELETRONORTE continua como as demais estatais um cabide de
indicações políticas, vide ser Diretor da empresa um dos irmãos de Antonio
Palocci, ex-ministro chefe da casa civil da Dama de Ferro. A Diretoria é
loteada entre o PT e o PMDB.
Com
uma posição claramente governista na política mais geral, a direção da FNU,
como também do Sindicato dos Urbanitários do Pará, formada por integrantes de
longas datas do PT tenta equilibrar-se entre a obrigação de garantir a luta
pelos direitos dos trabalhadores e de garantir fidelidade política ao partido
de Lula.
Encontrou
a solução na formulação segundo a qual o governo Dilma teria adotado uma
estratégia diferente em relação ao governo Lula (o Grande Chefe dos
Sindicalistas Ptistas) em relação à crise econômica internacional. Para a
Direção da FNU enquanto Lula atual para aumentar a renda como formula de
superação da crise o governo Dilma “aposta suas fichas no receituário
Neoliberal”. Por isso na visão da FNU o governo deve reavaliar a conjuntura.
Não
é de hoje que os Urbanitários tem que lidar com as contradições de seu partido,
durante a tentativa de privatização da COSANPA por Duciomar foram obrigados a
denunciar o pacto Duciomar x Ana Julia, e o fizeram muito bem. Optaram
corretamente por sua base.
Apostamos
na força da GREVE para ajudar inclusive a direção dos Urbanitários a concluir
que as diferenças entre Lula e Dilma são irrelevantes e que é possível a partir
da força da GREVE encerrar a fase de perda de direitos aberta na década de 90 e
iniciar uma fase de reconquista. Que as contradições entre a atuação sindical
do PT e o próprio PT no governo chegou a um nível quase insustentável. Inclusive
ético, o PT como partido não é mais lugar para os legítimos dirigentes dos
trabalhadores.
Parabéns aos Eletricitários por
mais um dia de GREVE! Construam sua história!
Vamos seguir acompanhando!
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