Recentemente, tive a
infelicidade de ver que o Bispo Macedo escreveu um livro sobre “O perfil do
homem de Deus”, de cara o livro não falava nada sobre como enganar fiéis e
comprar uma casa nos EUA, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação dequadrilha ou estelionato, ou seja, não fala de nenhum dos crimes que o “bispo”
é acusado pela Polícia Federal Brasileira e Norte-Americana. Mas esse texto não
é para falar das fraudes cometidas pela Igreja Universal (e todas as outras que
seguem o mesmo gênero), mas para falar de Machismo e Racismo, e como essas
religiões são a principal forma de ataque a uma sociedade democrática.
Igreja Universal contra as
mulheres! O Machismo em “nome de Deus”.
O texto de Edir Macedo
começa falando sobre os problemas dos casamentos entre homens mais novos e
mulheres mais velhas e a justificativa é clara: “temos visto que quando a mulher tem idade superior à do seu marido,
ela, que por natureza já tem o instinto de ser 'mandona", acaba por se
colocar no lugar da mãe do marido.(...)”. Ou seja, o problema é que a
mulher manda no homem, e consequentemente, isso dá problemas no casamento
porque obrigatoriamente o homem deve mandar.
Tal imbecilidade é
repugnante, orienta seus fiéis a oprimirem suas esposas, e a buscarem mulheres
que se submetam a essa opressão e justificam na idade, quer dizer que, quanto
mais madura a mulher, mais difícil de oprimir, e por isso não são boas esposas.
Mas se você leitor acha que
leu toda a asneira possível, pasme-se Edir Macedo demonstra mais uma “pérola”,
afirma ele: “E o pior não é isto. A
mulher normalmente envelhece mais cedo que o homem, e quando ela chega à
meia-idade, o marido, por sua vez, está maduro mas não tão envelhecido quanto
ela. E a experiência tem mostrado que é muito mais difícil, mas não impossível,
manter a fidelidade conjugal.”
Edir Macedo quer dizer que o
problema da fidelidade conjugal na sociedade é de responsabilidade da mulher,
que ao envelhecer mais rápido (sic) que o homem faz com que ele perca o
interesse, e tenha relacionamentos extraconjugais. A idiotice de Macedo chega a
ser surpreendente. A questão da fidelidade conjugal é um contrato social entre
as partes, que podem convencioná-lo da forma como quiserem, e homens e mulheres
têm desejos e interesses iguais. Ou mulheres mais maduras não sentem interesses
em rapazes mais jovens? Ora, mulheres e homens têm desejos sexuais dos mais
diversos, e acordos sobre a “fidelidade” variados e todos devem ser respeitados
igualmente.
Para Edir Macedo a cultura
machista e paternalista de que o homem pode ter várias mulheres, mas a mulher
deve ser fiel, a culpa é da mulher que envelhece mais rápido! É preciso que
haja limites para ser imbecil, este cidadão superou todos que eu conheço.
Edir
Macedo: Racista, sim!
O texto “Homem de Deusquanto à idade e à raça” é um
recheado de preconceito e prega diretamente um apartheid eclesiástico-social.
Afirma Macedo: “Não haveria nenhum
problema para o homem de Deus se casar com uma mulher de raça diferente da
dele, não fossem os problemas da discriminação que seus filhos poderão
enfrentar nas sociedades racistas deste mundo louco.”. O raciocínio de
Macedo é o limite da imbecilidade racista. Segundo ele, o problema é que o um
homem não pode se casar com uma mulher de outra “raça” (sic) porque o filho vai
sofrer preconceito, ou seja, para eliminar o preconceito, vamos segregar as
pessoas pela cor da pele e pronto. É a mesma coisa que uma pessoa ter a cabeça
cortada na tentativa de se salvar o olho com miopia.
O
debate de Macedo já começa todo errado, pois trata de uma questão de “raça”,
conceito completamente rejeitado pela comunidade cientifica, biólogos, sociólogos,
antropólogos etc, já que a raça, aplicando o conceito cientificamente correto
seria Homo Sapiens, abrangendo toda a humanidade, o conceito a ser empregado
seria o de etnia. Continua Macedo “Procuramos, portanto, trazer à baila esta
situação a fim de evitarmos transtornos no futuro do homem de Deus e na obra
que está reservada para ele”. Quer dizer que o racismo porventura sofrido é um “transtorno”
e não um crime.
Essa
compreensão nos retorna ao debate religioso feito pela Igreja Católica durante
o século XVI para escravizar os negros africanos, de que os negros não tinham
alma, e por isso deveriam ser escravos dos senhores brancos, e sua religião, era
um culto ao demônio e deveria ser proibida. Cinco séculos depois ainda vemos
profundas marcas desse preconceito e a Igreja Universal, com seu principal líder,
Edir Macedo entra no bolo para contribuir com a formação de um novo apartheid.
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