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segunda-feira, 9 de julho de 2012

BASA completa 70 anos, quem tem o que comemorar?


O Banco da Amazônia completa 70 anos de atuação na região, mas como qualquer instituição financeira sob a égide do capitalismo tem o objetivo de atender os propositos econômicos da classe dominante.
Nesses 70 anos o BASA, assim como o BNB no nordeste e o BNDS nacionalmente, foram os principais financiadores do projeto de desenvolvimento dos governos militares na Amazônia, e durante a década de 80 serviu para drenar recursos, via corrupção, como no caso da relação BASA-SUDAM-Barbalhos.
Não podemos negar que o incentivo financeiro a agricultura familiar é importante para a região, mas quando observado em um plano da política de reforma agrária brasileira ao longo das últimas sete décadas, o papel do BASA é insuficiente e ineficaz para a demanda de camponeses pobres que existem na região amazônica. Além do mais, recursos como FNO, são freqüentemente utilizados como moeda de troca entre a alta direção do Banco e os “neo-coronéis” paraenses.
Assim, em nossa opinião, o BASA não tem como comemorar um projeto de desenvolvimento regional conseqüente com as necessidades da sociedade amazônica, nem mesmo, e nos últimos 15 anos, nem mesmo um projeto capitalista eficiente. A política de gestão incompetente e sem eficácia, transformam o BASA em um banco de segundo escalão frente aos órgãos regulamentadores e a sociedade.
Para os trabalhadores do BASA a situação também não é de se comemorar. A situação é tão critica que se traçarmos uma comparação com os salários dos trabalhadores na década de 80 e de hoje, essa defasagem ultrapassa a margem dos 100%. Os demais Bancos Públicos, se compararmos os pisos salariais encontramos discrepâncias vergonhosas, o piso na CEF para o profissional de ensino superior está na faixa de R$ 7,7 mil, enquanto que no BASA não chega aos R$ 1,9 mil. Isso é para fazer uma breve comparação.
A atual Diretoria Executiva do BASA é responsável direta pelo fracasso do Banco nos últimos 10 anos. Não foi a toa que se fez em 2011 uma greve que durou 77 dias, e em 2012 o que se desenha pela frente não é a melhor das condições financeiras para o Banco converter em remuneração aos seus trabalhadores.
Coube a AEBA, em agosto, preparar o Encontro Nacional dos Empregados do BASA, que servirá para organizar os trabalhadores em torno de um projeto para político de atuação regional do BASA, assim como para sua gestão e para os trabalhadores. Esse será o papel desse encontro e de seus trabalhadores, independente se for ano eleitoral ou não a greve será feita com vontade para garantir uma vitória, já que a pauta da CONTRAF (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) já se apresentou em defesa do governo Dilma e de sua política para o setor financeiro brasileiro.
Conclui-se que as comemorações divulgadas pelo Banco e pela imprensa paraense, principalmente, são uma comemoração para a diretoria e para o governo, os trabalhadores devem perceber que esses 70 anos colocaram o BASA em uma situação, mas que fica a cargo do movimento bancário e dos seus trabalhadores colocarem o BASA no rumo certo.

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