O Banco da Amazônia completa 70
anos de atuação na região, mas como qualquer instituição financeira sob a égide
do capitalismo tem o objetivo de atender os propositos econômicos da classe dominante.
Nesses 70 anos o BASA, assim como
o BNB no nordeste e o BNDS nacionalmente, foram os principais financiadores do
projeto de desenvolvimento dos governos militares na Amazônia, e durante a
década de 80 serviu para drenar recursos, via corrupção, como no caso da
relação BASA-SUDAM-Barbalhos.
Não podemos negar que o incentivo
financeiro a agricultura familiar é importante para a região, mas quando
observado em um plano da política de reforma agrária brasileira ao longo das
últimas sete décadas, o papel do BASA é insuficiente e ineficaz para a demanda
de camponeses pobres que existem na região amazônica. Além do mais, recursos como
FNO, são freqüentemente utilizados como moeda de troca entre a alta direção do
Banco e os “neo-coronéis” paraenses.
Assim, em nossa opinião, o BASA
não tem como comemorar um projeto de desenvolvimento regional conseqüente com
as necessidades da sociedade amazônica, nem mesmo, e nos últimos 15 anos, nem
mesmo um projeto capitalista eficiente. A política de gestão incompetente e sem
eficácia, transformam o BASA em um banco de segundo escalão frente aos órgãos regulamentadores
e a sociedade.
Para os trabalhadores do BASA a
situação também não é de se comemorar. A situação é tão critica que se
traçarmos uma comparação com os salários dos trabalhadores na década de 80 e de
hoje, essa defasagem ultrapassa a margem dos 100%. Os demais Bancos Públicos,
se compararmos os pisos salariais encontramos discrepâncias vergonhosas, o piso
na CEF para o profissional de ensino superior está na faixa de R$ 7,7 mil,
enquanto que no BASA não chega aos R$ 1,9 mil. Isso é para fazer uma breve
comparação.
A atual Diretoria Executiva do
BASA é responsável direta pelo fracasso do Banco nos últimos 10 anos. Não foi a
toa que se fez em 2011 uma greve que durou 77 dias, e em 2012 o que se desenha
pela frente não é a melhor das condições financeiras para o Banco converter em
remuneração aos seus trabalhadores.
Coube a AEBA, em agosto, preparar
o Encontro Nacional dos Empregados do BASA, que servirá para organizar os
trabalhadores em torno de um projeto para político de atuação regional do BASA,
assim como para sua gestão e para os trabalhadores. Esse será o papel desse
encontro e de seus trabalhadores, independente se for ano eleitoral ou não a
greve será feita com vontade para garantir uma vitória, já que a pauta da
CONTRAF (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) já se
apresentou em defesa do governo Dilma e de sua política para o setor financeiro
brasileiro.
Conclui-se que as comemorações
divulgadas pelo Banco e pela imprensa paraense, principalmente, são uma
comemoração para a diretoria e para o governo, os trabalhadores devem perceber
que esses 70 anos colocaram o BASA em uma situação, mas que fica a cargo do
movimento bancário e dos seus trabalhadores colocarem o BASA no rumo certo.
Vamos fortalecer o ENEB
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