A GREVE dos Docentes das
Instituições Federais de Ensino Superior está hoje no seu 68º dia. Na semana
passada, juntamente com outras categorias do Serviço Público Federal, os professores
participaram de uma manifestação em Brasília, típica das greves do serviço
público federal, porém de eficácia duvidosa considerando o tamanho do Plano
Piloto esse tipo de ação somente deve ser encarada quando se tratar de grande
unificação nacional comandada pelas Centrais.
Digna
de mérito do ANDES - SN é a postura séria e inteligente de recusa da proposta
que o governo fez aos professores na semana passada. Como não poderia deixar de
ser diferente o “Manual PTista de como derrotar as GREVES” orienta em alguma
parte que a primeira proposta deve demorar muito a ser feita, mas quando o for
deve sempre ter como eixo a divisão da categoria, não foi diferente com os
professores das IFES. Essa regra vem
depois da regra de afirmar que não se negocia com grevistas, mas essa é velha e
pouco sutil, grosseira pra dizer a verdade, está mais para o Tucanato, embora o
sempre Ministro de Alguma Coisa Aluisio Mercadante tenha esquecido essa lição.
Em
primeiro lugar a proposta visa dividir o próprio serviço público em GREVE,
retirando os docentes Doutores e Mestres do movimento. Deixando de lado as
demais categorias, é a Regra número 2 do “Manual Ptista de como Derrotar uma GREVE”.
Quando várias categorias de um mesmo setor estão em GREVE fatiamos a negociação
e o fechamento do acordo do mais forte para o mais fraco.
Na verdade,
também, o Governo não tem como explicar que o motorista do Senado ganha 18 mil
e o Doutor da UFRJ ganha R$ 6 mil. Em regra, e a meu ver a carreira de
Professor/Pesquisador/Doutor das IFES está no nível dos magistrados de 1º
Instancia e dos Auditores da Receita Federal, o único problema é que a Educação
não tem essa importância para os governos. Talvez, sem demérito de ninguém,
nenhuma carreira seja tão importante num país primário-exportador e com sérias
deficiências no campo cientifico e tecnológico. Sem falar que Juizes e
Auditores da Receita aprendem a sê-lo primeiramente nos bancos das
universidades públicas.
Para, além
disso, a proposta visa dividir os próprios professores, criando privilégios e
mantendo as principais distorções da carreira atual e não toca em nada no ponto
fundamental, justamente o percentual de reajuste salarial.
Esperamos que
professores tenham a paciência necessária para entender que essa GREVE será longa
e que eles precisam fechar definitivamente os portões das universidades, todos
os dias, ininterruptamente, até o fim do movimento. Mandar fazer tendas e
faixas, cadeiras, telão, cartazes e através do bom e velho piquete de GREVE
fazer valer sua dignidade e suas reivindicações tão aviltadas que estão pelo
Governo Anti-Educação do PT.
Leia abaixo as
orientações do Comando Nacional de GREVE dos Professores das Universidades,
extraído de www.adufpa.org.br
ENCAMINHAMENTOS
1. Reprovar a proposta apresentada pelo
governo, com definição de estratégias para dar continuidade ao processo de
negociação;
2. Reafirmar a proposta de carreira, aprovada
pelo ANDES-SN, como referencial para a negociação;
3. Manter a greve;
4. Intensificar a mobilização na base;
5. Radicalizar as ações da greve, ampliando a
paralisação das atividades e desmascarando a proposta do governo;
6. Aprofundar a análise crítica sobre a
proposta apresentada pelo governo;
7. Indicar iniciativas políticas para o movimento assumir, via
CNG/ANDES-SN, na próxima mesa de negociação.
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