A
democracia burguesa e as eleições em Belém
A
Comuna teve mesmo de reconhecer, desde logo, que a classe operária,
uma vez chegada à dominação, não podia continuar a
administrar com a velha máquina de Estado; que
esta classe operária, para não perder de novo a sua própria
dominação, acabada de conquistar, tinha, por
um lado, de eliminar a velha maquinaria de opressão até
aí utilizada contra si própria, mas, por outro lado, de
precaver-se contra os seus próprios deputados e funcionários,
ao declarar estes, sem qualquer excepção,
revogáveis a todo o momento
Um
tema que tem chamado a atenção de muitos militantes hoje são as
próximas eleições municipais. Vários companheiros da Frente de
Oposição Bancária, bem como aliados, estão empenhados na campanha
de Edmilson para prefeito. Eu mesmo estou sendo convidado para
participar dela. Queria chamar atenção para que lessem a análise
da coligação Psol-PCdoB-PSTU
com a chapa Edmilson e Panzera feita pelo Silvio, bem como, um
documento
nacional do PSTU
feito especialmente para essa coligação.
Pretendo
nessa postagem participar desse debate dando uma atenção a assuntos
implícitos nessas duas matérias, entendendo que o que segue abaixo
são opiniões pontuais e provisórias e que o tema, uma teoria sobre
o estado, não foi definitivamente acabado na teoria marxista como me
alertou Althusser, ou seja, que o terreno que adentro está sujeito a
armadilhas, que as críticas ao que direi abaixo são a única forma
de clarear esse caminho que tentarei trilhar.
O
Estado capitalista é algo neutro, suspenso no ar?
Muito
tenho escutado e lido de nossa “esquerda moderna” que participar
das eleições é uma lei férrea, um princípio a ser seguido por
todos nós, que nos reivindicamos comunistas ou de “esquerda”, na
qual qualquer virada de olhos delas poderá nos tornar uma estátua
de sal.
Esse
debate não é novo e nem terminou. Ele remete a própria discussão
sobre o estado no geral, sobre o estado burguês especificamente e
suas formas. Por isso tentarei usar as argumentações de quem tem
autoridade pra isso e, de forma sucinta comentá-los. Um risco que
correrei por minha própria conta.
Marx
e Engels, em 1848, no Manifesto
do Partido Comunista
sentencia que: “o estado moderno não é nada mais que um comitê
para gerenciar os negócios da burguesia”, ou seja, que o estado da
burguesia (moderno) é “pleonasticamente” o estado da burguesia,
seu comitê central.
No
geral podemos dizer como Engels em 1884 na A
Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado:
O
Estado é sempre o Estado da classe mais poderosa, classe
economicamente dominante, que também graças a ele se torna a classe
politicamente dominante e adquire, assim, novos meios de oprimir e
explorar a classe dominada.
Portanto,
podemos dizer que um estado não paira sobre as classes, que não é
algo neutro, nem tão pouco dizer que esse instrumento “neutro”
pode ser manuseado para qualquer coisa que não seja para aquilo que
ele foi construído, como se pudéssemos transformar uma máquina que
faz canhões em outra que faz bonecas sem destruir suas
estruturas e construir outra nova. Ele é construído e mantido pela
luta de classes, moldado para reproduzir as relações de exploração
de classes sob o domínio da classe mais poderosa, que é mais
poderosa pelo seu poder econômico político e ideológico. Portanto,
não basta passar um cal e mudar a placa.
Existe
na nossa “esquerda” um culto ao estado?
Faço
esta pergunta porque vejo por trás do culto às eleições o culto
ao próprio estado como esse ente neutro que basta nos elegermos para
mudar o seu rumo, bem como, do culto a democracia como valor
universal. Por mais que alguns digam que não.
Desculpem-me
pelo excesso de citações, mas vou recorrer ao velho Engels, no
prefácio ao Guerra
Civil na França
na edição de 1891, haja vista que a ideia não é minha, a meu ver,
são princípios do Marxismo-Leninismo:
… a
superstição do Estado transpôs-se da filosofia para a consciência
geral da burguesia e mesmo de muitos operários.
Segundo a representação filosófica, o Estado é a «realização
da Ideia», ou o reino de Deus na terra traduzido para o filosófico,
domínio onde se realizam ou devem realizar-se a verdade e a justiça
eternas. E daí resulta, pois, uma veneração
supersticiosa do Estado e de tudo o que com o Estado se relaciona,
a qual aparece tanto mais facilmente quanto se está habituado, desde
criança, a imaginar que os assuntos e interesses comuns a toda a
sociedade não poderiam ser tratados de outra maneira do que como têm
sido até aqui, ou seja, pelo Estado e pelas suas autoridades bem
providas. E crê-se ter já dado um passo imensamente audaz quando
alguém se liberta da crença na monarquia hereditária e jura pela
república democrática. Mas, na realidade, o Estado
não é outra coisa senão uma máquina para a opressão de uma
classe por uma outra e, de facto, na república
democrática não menos do que na monarquia;
no melhor dos casos, um mal que é legado ao proletariado vitorioso
na luta pela dominação de classe e cujos piores aspectos ele não
poderá deixar de cortar imediatamente o mais possível, tal como no
caso da Comuna, até que uma geração crescida em novas, livres
condições sociais, se torne capaz de se desfazer de todo o lixo do
Estado. (grifos
meus)
Esse
alerta de Engels se dá quatro anos antes, quando em 1895 , no ano de
sua morte, reúne alguns textos de Marx para compilar o livro “Luta
de Classes na França”, tem sua introdução mutilada pelos
sociais-democratas alemães. O porquê dessa mutilação é o mesmo
que tento combater aqui, tentar esconder esses princípios para
passar a necessidade, a fé propriamente dita, na democracia burguesa
e nas suas eleições.[1]
As
eleições, a democracia burguesa e o próprio estado, onde as
anteriores se subscrevem passam a ser absolutas. Daí um certo
discurso que reivindica e não realiza, que se amolda, que se
“justifica” e, por fim, se adapta. Que puxa a luta para a
legalidade e não consegue se afastar dela. Porque não consegue ver
essa separação, esse limite. Isso porque vê a democracia burguesa
como democracia absoluta, como forma última do poder de estado
burguês. Não atenta para o que nos diz Marx em Guerra
Civil na França
sobre essa determinada ilusão:
A
civilização e a justiça da ordem burguesa aparecem à sua luz
sinistra sempre que os escravos e forçados desta ordem se levantam
contra os seus senhores.
(...)
O
poder de Estado, aparentemente voando alto acima da
sociedade, era ele próprio, ao mesmo tempo, o maior escândalo desta
sociedade e o alfobre [viveiro] mesmo de todas as suas
corrupções. (...) Ao mesmo tempo, o
imperialismo[pode ser substituído por bonapartismo,
fascismo, etc] é a forma mais prostituída ederradeira
do poder de Estado que a sociedade da classe média
nascente tinha começado a elaborar como um meio da sua própria
emancipação do feudalismo e que a sociedade burguesa plenamente
desenvolvida tinha finalmente transformado num meio para a
escravização do trabalho pelo capital. (grifos meus)
Ou
seja, a forma última do poder de estado burguês é o fascismo.
Forma última é aquela que, no ápice da luta de classes, nas suas
crises, na necessidade de recuperar a taxa de lucro, aumentar a
exploração, se impõe como modus operandi da dominação
burguesa. É isso que vemos crescendo como tendência no mundo todo,
quando as formas úteis de luta mantidas/preservadas pelos
sociais-democratas na Europa e em outros lugares não conseguem dar
respostas concretas para os trabalhadores. Portanto, o que nos espera
como ponto último do estado burguês é que seu poder de estado seja
exercido de forma fascista, autoritária, despótica.
Desarmar
a classe operária e os trabalhadores de se armarem contra essa
tendência é levá-los a derrota.
Onde
eu vejo essas ilusões?
Retirei
alguns trechos do texto do PSTU, que indicamos acima, para ilustrar o
que digo:
Lutamos
desde o início contra a presença do PCdoB na frente, exigimos todo
o tempo de Edmilson e do PSOLuma postura clara em relação
ao financiamento de campanha e – o mais importante –
em relação à pergunta chave: para quem Edmilson quer
governar? Para “todos” ou para os trabalhadores? E
seguiremos com a mesma postura. Faremos uma campanha incansável por
uma Belém para os trabalhadores. Agitaremos nos canteiros de obras,
nos quais Edmilson tem muita simpatia e apoio, que seu plano de
governar para todos é inviável – ou se governa para os
trabalhadores, ou se governa para a burguesia.
Como
o próprio texto indica, o PSTU já possui experiência nesse tipo de
aliança, haja vista terem lutado contra a presença do Bisol na
chapa de Lula como dizem mais a seguir. Não vou tratar de outras
questões e nem da questão do PCdoB que, ao meu ver, é a mais
bisonha:
… o
PCdoB, que não é um partido burguês, mas é um partido da base do
governo Dilma, governo este que governa para a burguesia..
Ah
bom! Sendo o partido do Código florestal e da lei da Copa, do
governo Dilma, da defesa dos interesses da burguesia ele não pode
ser um partido da burguesia porque esta salvo por sua história e por
sua sigla, tal qual o PC Chinês talvez.
Não
vou tratar disso, vamos ao que mais aflige o PSTU:
O
PSTU quer um governo para os trabalhadores e que Edmilson assuma
isso como um compromisso. Ou seja, governar para os trabalhadores é
uma decisão de Edmilson, que as decisões de estado estão nas mãos
dos elegíveis que optam para quem governar.
O
estado como o concentrado da luta de classes burguesa sob a hegemonia
de sua(s) fração(ões) dominante(s) não existe na teoria do PSTU,
ou quando aparece é uma colagem. Decisões de estado são decisões
de pessoas e não fruto da luta de classes, segundo eles. Ou pior, o
estado capitalista pode funcionar para os “trabalhadores“, basta
ganhar as eleições, ou muito pior ainda, que os trabalhadores pelas
eleições podem hegemonizar os aparelhos de estado.
O
governo, segundo o PSTU, é igual ao estado que é igual ao poder de
estado e que está a disposição de Edmilson para ele decidir para
quem governar. É ou não é uma veneração do estado burguês?
Como
diz Engels, no início desse texto, mesmo quando da hegemonia do
proletariado na luta de classes, mesmo quando eles estão em armas,
no poder, temos que nos preservar de nossos deputados e funcionários.
Preservação essa que se dá com a luta concreta dos trabalhadores
sob a hegemonia dos interesses do proletariado (por que existe
separação entre “trabalhadores” e operários que não vamos
tratar aqui e que é outro problema nos textos do PSTU). Essa, a meu
ver, é a histórica experiência que a luta de classes nos deu
consolidada em forma de ciência, teoria/prática da luta de classes.
O
PSTU quer, também, lisura no financiamento da campanha, ou ainda,
quer que Edmilson não aceite dinheiro da burguesia (sic). Deixemos
pra lá.
O
Edmilson, se estivesse preocupado com as crises de identidade do
PSTU, ou desse bola para isso, poderia responder usando as mesmas
formas de argumentos do PSTU:
É
surpreendente que, com semelhantes idéias, esses esquerdistas não
condenem categoricamente o Bolchevismo! Não é possível que os
esquerdistas alemães ignorem que toda a história do bolchevismo,
antes e depois da Revolução de Outubro, está cheia de casos de
manobra, de acordos
e compromissos com outros partidos, inclusive os partidos burgueses!
[Ou ainda] renunciar
de antemão a qualquer manobra, a explorar os antagonismos de
interesses (mesmo que sejam apenas temporários) que dividem nossos
inimigos, renunciar a acordos e compromissos com possíveis aliados
(ainda que provisórios, inconsistentes, vacilantes, condicionais),
não é, por acaso, qualquer coisa de extremamente ridículo?
(Lênin – Esquerdismo
Doença Infantil do Comunismo)
Lênin
(e agora o PSTU)nos diz que não devemos temer os acordos. Mas a
questão não é essa. Se o PSTU não acreditava antes em
alianças/acordos/compromissos, isso não é o que eu quero debater.
Pode até servir como uma boa “desculpa” mas, sob o ponto de
vista proletário, não seria uma resposta. Seria, à moda do PSTU em
relação ao PCdoB, uma colagem para justificar a ilusão no estado e
uma suposta necessidade de alianças/não alianças. Poderíamos até
usar outros trechos falando da necessidade de “compromissos”.
Ninguém que não seja esquerdista é contra alianças. Só o PSTU e
os que navegam no seu estilo vivem esse tormento.
A
questão não é essa, e uma aliança não pode ser resumida em
somente ter as mãos livres. Seria um péssimo reducionismo. A
questão é para onde está relacionada a aliança. Se existe uma
ilusão com o estado e se convocamos a classe e os trabalhadores para
se desarmarem para essa ilusão qualquer aliança que se faz será
uma quimera.
Partir
da análise de classe, da análise concreta da realidade concreta e
não das ilusões que pairam somente nas suas cabeças. Partir do
estágio de ânimo da classe, de suas ilusões, para que ela por sua
própria experiência na luta rompa com seus fantasmas é o ponto de
partida para compreendermos como devemos participar de eleições.
Lênin diz no Esquerdismo
Doença Infantil do Comunismo:
E
evidente que os
"esquerdistas" da Alemanha consideraram seu desejo, suas
concepções político- ideológicas, uma realidade objetiva.
Este
é o mais perigoso dos erros para os revolucionários.
(...) Como é natural, para os comunistas da Alemanha o
parlamentarismo "caducou politicamente"; mas, trata-se
exatamente de não julgar que o caduco para nós tenha caducado para
a classe, para a massa.
Mais uma vez, constatamos que os "esquerdistas" não sabem
raciocinar, não sabem conduzir-se como o partido da classe, como o
partido das massas. Vosso dever consiste em não descer ao nível das
massas, ao nível dos setores atrasados da classe. Isso não se
discute. Tendes
a obrigação de dizer-lhes a amarga verdade: dizer-lhes que seus
preconceitos democrático-burgueses e parlamentares não passam
disso: preconceitos. Ao mesmo tempo, porém, deveis observar com
serenidade o estado real de consciência e de preparo de toda a
classe (e não apenas de sua vanguarda comunista), de toda a massa
trabalhadora (e não apenas de seus elementos avançados).
Só
vale a pena para a classe se ela aprende por sua própria experiência
os limites da democracia burguesa e rompa com suas ilusões e coloque
como sua necessidade o poder. Fora do poder tudo é ilusão, como
dizia Mao. Se nós não nos atrapalharmos, essa possibilidade fica
mais próxima. A classe tem que ser educada para tomar o poder de
estado que não será dado por eleições. E nesse aprendizado para
exercer o poder está compreender os limites da democracia burguesa e
a necessidade de destruir o estado.
Isso
significa que não devemos participar de eleições?
Se
é um princípio não se iludir com eleições, não é uma questão
de princípio participar ou não participar de eleições.
Não
participar de eleições por princípio ou pregar o voto nulo por
princípio é manter a mesma pauta. Se afastar da análise concreta
da condições concretas que se dão as lutas de classes.
… a
participação nas eleições parlamentares e na luta através da,
tribuna parlamentar são obrigatórias para o partido do proletariado
revolucionário, precisamente
para educar os setores atrasados de sua classe, precisamente para
despertar e instruir a massa aldeã inculta, oprimida e ignorante.
Enquanto não tenhais força para dissolver o parlamento burguês e
qualquer outra organização reacionária, vossa
obrigação é atuar no seio dessas instituições, precisamente
porque ainda há nelas operários embrutecidos pelo clero e pela vida
nos rincões:
mais afastados do campo. Do contrário, correi o risco de vos
converter em simples charlatães. (Lênin - Esquerdismo
Doença Infantil do Comunismo)
Ou
seja, enquanto houver ilusões com as eleições devemos educar as
massas e a classe em especial sobre essas ilusões. Educação essa
que não é uma mera pregação contra eleições, mas um novo estilo
de luta em que a classe e os trabalhadores aprendam por sua própria
experiência exercer o seu poder.
Isso
é importante. Não é um programa de alucinações ou um conjunto de
“melhorismos”, no estilo das políticas focais (como as “bolsas
esmolas”), que vão cumprir essa tarefa. É aprender e educar com a
luta das massas.
Qual
a relação que se pode estabelecer com um governo de partidos que
reivindiquem-se como “esquerda”?
Boa parte de nossos companheiros
estarão na campanha de algum vereador, outros até como candidatos.
De fato existe um ânimo,
principalmente da vanguarda dessa massa, em participar de eleições.
Uma necessidade de uma “voz no parlamento”, de medidas que
arrefeçam as dores do povo sofrido, etc. Outros mais pragmáticos,
de uma determinada “estrutura” para alguns embates através de
algumas “profissionalizações”, materiais de campanha,
solidariedades, etc.
Inevitável que sejam eleitos alguns
vereadores que se somarão com alguns deputados e, pelo menos - é o
que apontam as pesquisas - que Edmilson seja eleito prefeito de
Belém.
Eu queria apontar alguns
“indicadores”, inferidos sem nenhuma precisão estatística, na
verdade perguntas:
a) as eleições do SINTEP: a
derrota acachapante do PT a nível estadual e a derrota da APS em
Belém não teriam nada a ver com a particdipação de ambos em
governos estadual e municipal?
b) como explicar que um “governo
democrático e popular” instaurado em Belém tenha como resultado o
quase enterro da CBB e da FEMECAM?
c) o desgaste do SINTEP em Belém
não teria relação com a sua forma de agir com um governo composto
por seus próprios companheiros? Isso não seria igual ao que
acontece com a Articulação Bancária no BASA?
Essas são perguntas que poderiam
ser trocadas por outras, mas a essência do que é perguntado
permanece.
Isso seria um debate interessante a
ser feito.
Portanto, eu não quero saber se o
Edmilson vai “governar para os trabalhadores”, eu quero saber é
se nós estaremos ao lado/dentro/na frente dos trabalhadores quando
os limites impostos pelo estado burguês, que são independentes do
que pensa e da “boa vontade” do Edmilson, se imporem.
Se faremos oposição eleitoreira,
ou seja, dizer que as coisas “não acontecem por causa do Prefeito”
ou vamos denunciar os limites do “governo” dentro do estado, ou
ainda, de quem tem o poder de estado.
Isso desde já, até para não
enganar os trabalhadores e nos enganarmos juntos.
Se nós, desde já, vamos discutir
isso entre a gente e com os nossos candidatos, para educá-los e nos
educar com a luta da massa de trabalhadores que continuarão sendo
explorados com ou sem o Edmilson.
Se nós vamos confundir o socialismo
com bolsa escola, orçamento participativo, etc. Medidas que devemos
apoiar e denunciar. Apoiar porque quando essas medidas são materiais
(bolsas) ou “participativas” são formas de arrefecerem a fome e
momento de discussão e organização de massa. Denunciar porque não
tocam, não diminuem a exploração e nem a questão do poder. Que
somente através dessa denúncia é que os trbalhadores e a classe
poderam estender suas reivindicações imediatas para avançar na sua
luta pelo poder.
Finalizando
O que disse acima, repetindo,
precisa ser criticado. Foi escrito sem nenhuma comprovação
absoluta. Uma coisa tenho certeza temos que aprender com os nossos
erros. O debate e a luta nos ajudam nisso.
Termino com um trecho do Lênin que
acho importante sobre isso:
A
atitude de um partido político diante de seus erros é um dos
critérios mais importantes e seguros para a apreciação da
seriedade desse partido e do cumprimento efetivo de seus deveres para
com a sua classe e as massas trabalhadoras. Reconhecer
francamente os erros, pôr a nu as suas causas, analisar a situação
que os originou e discutir cuidadosamente os meios de corrigi-los é,
o que caracteriza um partido sério;
nisso consiste o cumprimento de seus deveres; isso
significa-- educar e instruir a classe e, depois, as massas.
Ao não cumprir esse dever nem estudar com toda a atenção, zelo e
prudência necessários seu erro evidente, os "esquerdistas"
da Alemanha (e da Holanda) demonstram exatamente que não
são o partido da classe,
e sim um círculo; que não são o partido das massas e sim um grupo
de intelectuais e de um reduzido número de operários que imitam os
piores aspectos dos intelectualóides. (Lênin – Esquerdismo Doença
Infantil do Comunismo)
Gilson
[1] Na revista "Crítica Marxista" tem um texto do Prof. João Quartin de Moraes "A grande virada de Lênin" que trata desse assunto: Cortaram do texto da "Introdução tudo aquilo que não convinha à tese de que a luta política da classe operária deveria circunscrever-se no âmbito da legalidade burguesa, atendo-se aos métodos eleitorais, de maneira a sugerir insidiosamente que era essa a lição que Engels tinha tirado do massacre da Comuna. Este, porém, viveu o suficiente para desmascará-lo. Como podem ver, esconder a verdadeira relação que os revolucionários tem que ter com as eleições é velha.
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