Os trabalhadores e as
trabalhadoras da ELETRONORTE, empresa da nova holding criada no ano passado
pelo Governo com o nome de “nova” ELETROBRAS entraram em greve por tempo indeterminado
a partir de hoje, dia 16 de julho de 2012. A criação da “nova” ELETROBRAS” está diretamente relacionada com a política
de abertura do capital das empresas públicas com negociações na Bolsa, como é o
caso de PETROBRAS e outras.
A
Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) apresentou uma pauta de 10,73% de
reajuste (a campanha já começa com um índice baixo), mas o governo através do
Departamento de Coordenação e Controle das Estatais (DEST-MPOG), que tem a
frente o Sr. Murilo Barela, um burocrata PTista a serviço dos acionistas das
estatais, insiste em um reajuste de 5,1% que, conforme a avaliação do governo,
zera as perdas pelo INPC.
Consideramos
justa e acertada a greve dos eletricitários, a proposta de reajuste pelo INPC
é, tendo como base apenas a questão econômica, um verdadeiro engodo e parte de
uma estratégia articulada com a própria CUT, que alimenta nos trabalhadores de
todas as categorias a idéia de que as campanhas salariais são vitoriosas quando
conseguem ganho real, o que significa 1 a 2% acima do INPC.
Mas o governo não insere em sua conta: o
reajuste rebaixado dos saldos das contas do FGTS, de 3% ao ano, um verdadeiro
roubo das contas dos trabalhadores; o reajuste abaixo da inflação para a tabela
de IRPF, segundo avaliações da Auditoria Cidadã da Divida publica a tabela de
Imposto de Renda Pessoa Física acumula uma perda de mais de 60% que significa
que os trabalhadores, principalmente aqueles que têm desconto na fonte, estão
perdendo milhões e para encerrar por aqui ainda resta o famigerado fator
previdenciário, um desconto indevido e criminoso no valor das aposentadorias.
Esperamos sinceramente que neste ano os trabalhadores da Eletronorte superem a política de ganho real que na verdade é uma política de perda camuflada. Independente das posições político partidárias em jogo a matemática do reajuste precisa ser pensada a partir dos elementos acima, sob o risco de ganharmos por um lado e perdermos muito mais por outro.
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