O escândalo do mensalão será julgado em
agosto desse ano, quase 10 anos depois dos primeiros indícios e denuncias do escândalo,
que constava no desvio de verbas de empresas estatais para parlamentares para
votar nas propostas do governo, e na criação de um caixa eleitoral não
declarado para o TSE, o chamado caixa 2.
O Ministério Público Federal denuncia como
chefe da quadrilha, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, além de outros
membros do PT e parlamentares. O julgamento ocorrerá no período eleitoral, o
que desesperou o PT, pois uma condenação nesse julgamento pode interferir na
decisão dos eleitores, principalmente nas capitais.
Infelizmente, no Brasil a corrupção é um
largo cano de escoamento do dinheiro público, e o PT, que defendia a ética na
administração pública nos anos 90, passou de acusador, para réu em escândalos de
corrupção. O mensalão não é o único exemplo, temos também o caso do prefeito de
Palmas-To, Raul Filho (PT) que aparece com negócios com o contraventor
Carlinhos Cachoeira.
A situação da corrupção é o que mais
demonstra a fragilidade do sistema político-eleitoral do Estado Brasileiro. A
impunidade e a demora nas investigações, e o não aprofundamento destas, de
maneira proposital, é o que garante a permanência dos esquemas, que vão desde a
contratação para a prestação de serviços públicos, em troca de votas ou parte
dos salários, até casos envolvendo Bancos, Empresas Privadas e Públicas.
Mas isso, todo o brasileiro sabe e torce
para que um dia acabe. O que impressiona é o que vem agora. O presidente da
Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, durante o congresso dessa
Central, declarou que “(Mensalão)
não pode ser um julgamento político (...) Se isso ocorrer, nós questionaremos,
iremos para as ruas” A preocupação então de defender os
corruptos envolvidos no mensalão. A atitude do presidente da CUT é vergonhosa e
demonstra o peleguismo dessa central.
A CUT não fala nada sobre a greve do
serviço público federal, que cada dia ganha mais adesão, e o governo mantém o
silencio sobre a negociação. A CUT permanece em uma campanha para dividir o
ANDES-SN. Em Belém, a CUT não deu disse nada sobre o escândalo de corrupção no
IFPA envolvendo o reitor Edson Ary de Oliveira Fontes, apoiado pelo governo e
pelo PT para ser Reitor no IFPA.
Infelizmente, a CUT não só mais não serve
como Central Sindical, como não deve ser sequer dado ouvido para esse tipo de
chamado. Se houver algum tipo de mobilização da CUT para defender mensaleiro, é
necessário defender que o sentido seja pela responsabilização, prisão e
confisco dos bens de todos os envolvidos, que o dinheiro público retorne para o
poder público. Defender José Dirceu e sua quadrilha não é o papel dos
trabalhadores. Romper com o peleguismo e com a paralisia é romper com a CUT.
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